terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Quem saberá de mim? Quem vive onde vivo? Quem enxerga o que vejo?
Ninguém!
Ninguém sabe o que é viver sem ver
Ninguém sabe o que é saber sem ter
Ter o que?
O que importa ter?
O que é importante ter?
Diante de tantos bens não ser ninguém
Alguém que não sabe fazer o bem
É tão escuro que vivo perdido
É tão desconhecido que só sei do nó que sinto
Para onde vou? Quem me ouve? Se me ouve, quem me entende?
Só escuro. Só escuto. Sem ser visto ou ouvido.
Apenas a máscara que me cobre.
Apenas a pedra em que tropeço.
Meus olhos parecem estar encharcados por um rio de lágrimas que ainda não caíram e queimam meus olhos como se eles quisessem queimar a tristeza que me assola
Depois de passar horas dentro de mim, vejo que abandonei por tempos lá dentro, no escuro, no frio, no túnel sóbrio que leva-me a mim mesmo
Sinto-me cruel por ter me deixado tão desprezado nesse lugar
Por tempos me ouvi pedindo socorro mas preferia escutar quem estava fora, os outros
Hoje percebo o quão distante estou de mim
Sofrendo por não mais saber quem sou
Sofro pela distância e pela falta de forma que assumi
Meus olhos estão pegando fogo, fogo que é alimentado pelo combustível altamente inflamável que carrego