sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Carta ao tempo

Ó tempo!
O q posso fazer com você?
Queria poder Pará-lo até que surgisse um novo motivo pra você continuar a passar.
Eu o deixaria ir se me trouxesse de volta o meu sorriso ou então levasse junto com você a minha tristeza.
Até já lhe pedi de volta aquela época em que fui feliz e q você levou embora sem me perguntar se podia.
Ó tempo!
Você nunca me dá mais um segundo para eu aproveitar mais a pessoa que está comigo.
Por que você foi tão cruel deixando a minha radiante juventude ir embora?
Chega a ser irônico eu repetir tanto esse “embora”, pois quer dizer “em boa hora”, mas eu teimo que significa o contrário muitas vezes.
Ô tempo!
Pelo menos você me trás a sabedoria e a maturidade das quais eu preciso pra não te matar.
Você faz com que meus momentos ruins passem, e isso me conforta, porém, às vezes você retarda os tristes episódios de minha vida, me obrigando a suportá-los.
Não te iludas com minha gratidão, porque ainda continuo te odiando.
Você não tem idéia de como me sinto ao ver aquelas fotos que tirei há 10, 20, 30 anos atrás. Ali eu não tinha a menor noção do que você era capaz de fazer comigo. Eu não imaginava que você iria passar, mas bem que me avisavam. Toda essa minha amargura é por que eu não soube te aproveitar. A cada dia que passava, com eles iam os momentos em que deixei de viver, mas você não se importou em me dizer que eu me arrependeria disso
Hoje estou aqui com você desabafando. Você não pode fazer nada por mim, eu sei; apenas me ouvir enquanto vai embora.
Mais uma vez o “embora”.
Está bem, pode ir. Agora não te odeio tanto. Estou aliviado.
Daqui a algum tempo vou escrever outra carta pra você. Dessa vez espero está te agradecendo mais do que te acusando.
Um abraço.

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